Jari (ex-Frotamanaus, Log-In Manaus e Jari Star) - Portal do Porto

Translate

Jari (ex-Frotamanaus, Log-In Manaus e Jari Star)

O Frotamanaus foi um navio multipropósito que foi encomendado pelo armador brasileiro Frota Oceânica e Amazônica (FOASA), sediado em Belém/PA em 01/02/1990.

Construído em 1994 pelo estaleiro brasileiro EMAQ - Verolme Estaleiros S.A. (Est. EMAQ) - Rio de Janeiro/RJ, é o segundo de uma série de dois navios da FOASA, sendo lançado ao mar em 23/08/1993 sob bandeira brasileira, porto de registro Belém e prefixo PPOB.

O primeiro navio da classe, o Frotabelém, foi entregue em 20/05/1994.


Navios da classe com os nomes originais

IMO

Nome original de construção

Construção

Casco nº

Motor principal

9051026

FROTABELÉM

05/1994

410

5S50MC

9051038

FROTAMANAUS

11/1994

411

5S50MC



O primeiro padrão do Frotamanaus pela FOASA, era o de cor cinza.

Frotamanaus
Primeiro padrão do navio Frotamanaus. Foto: Rogério Cordeiro - Shipspotting.com

Em fevereiro/2003, foi afretado ao armador brasileiro Vale do Rio Doce Navegação S/A (DOCENAVE), sediado no Rio de Janeiro/RJ.

Durante o fretamento, teve algumas mudanças visuais, entre as características principais, o casco do navio de cor preta, chaminé da DOCENAVE, detalhes da superestrutura, piso e tampões do convés em vinho e os guindastes em branco.

Frotamanaus
Frotamanaus com a identidade visual da DOCENAVE. Foto: Edson de Lima Lucas - Shipspotting.com

Em 21/06/2007, a DOCENAVE passou a ser uma empresa independente da Vale, e passou a se chamar Log-In Logística Intermodal S/A.

Em janeiro/2008, com a mudança estrutural da empresa, foi renomeado Log-In Manaus.

Após a incorporação da frota à Log-In, teve mudança no visual com o casco azul e chaminé da Log-In.

Log-In Manaus
Como Log-In Manaus. Foto: Silvio Roberto Smera - pbase.com/smera

Em 2010, passou a ter o porto de registro Rio de Janeiro, mantendo a bandeira brasileira.

Em janeiro/2011, foi renomeado Jari Star, após joint venture entre a Log-In e a TBS International, originando a LOG STAR Navegação S/A, sediado no Rio de Janeiro/RJ.

Além do Jari Star, foram incluídos à frota da LOG STAR, os navios Log-In Belém e o Log-In Macau, renomeados Angra Star e Recife Star, respectivamente.

Jari Star
Como Jari Star em 2012. Foto: Edson de Lima Lucas - Shipspotting.com

O Jari Star navegou por pouco tempo pela LOG STAR, o alto investimento da empresa não teve o retorno esperado, o que deixou as condições técnicas dos navios precárias e a cessação das atividades da empresa.

Todos os navios da frota, incluindo o Jari Star, foram devolvidos à FOASA e ficaram em laid up, aguardando seu destino.

Em 2013, foi renomeado Jari e ficou atracado em Niterói/RJ e continuou em laid up.

Jari e Recife
Recife, a contrabordo do Jari em Niterói/RJ em 2013. Foto: Erik Azevedo - Shipspotting.com

A LOG STAR decretou falência em 02/09/2013, após grave crise econômico-financeira da empresa.

Em junho/2016, foi vendido ao armador emiradense African Gulf International, em um lote incluindo o Recife para o desmanche em Alang (Índia).


ACIDENTE DOS CASCOS DOS NAVIOS RECIFE E JARI

Os cascos dos navios suspenderam em 20/06/2016 da Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ) em Niterói/RJ com destino a Alang (Índia) para o desmanche, rebocados em comboio pelo AHTS Amazon Chieftain, mas não puderam chegar em seu destino.

Jari, Recife e Amazon Chieftain
Cascos dos navios Jari e Recife, sendo rebocados pelo AHTS Amazon Chieftain. Foto: Edson de Lima Lucas - Shipspotting.com

Segundo o processo do tribunal marítimo, durante o trajeto no dia seguinte (21/06/2016), a 40 milhas náuticas da costa, o "AMAZON CHIEFTAIN" teve problemas técnicos, devido a um superaquecimento do mancai principal, o comandante do AHTS Yuriy Nicolau Cheprasov decidiu parar os motores, porém o "RECIFE" continuou em seguimento e em virtude das condições climáticas adversas do momento, acabou abalroando o "JARI", em decorrência do cabo de reboque do "RECIFE" romper-se a aproximadamente 300 milhas da costa e que, em função das correntes marítimas e ventos, o casco veio a se aproximar na altura de São João da Barra/RJ, ficando à deriva.

Em 11/07/2016, foi solicitada autorização para entrada dos cascos ao Porto de Vitória/ES, até então a Capitania dos Portos do Espírito Santo (CPÉS) desconhecia a situação.

Diante do ocorrido, foi comunicado que o comboio não estava autorizado a adentrar no Mar Territorial Brasileiro e que os reparos do AHTS deveriam ser feitos em alto mar, com a tomada de precauções de segurança e elaboração de planos para a pronta retomada do reboque até o destino final.

Em 13/07/2016, o armador providenciou a contratação dos meios necessários ao salvamento dos navios e que o rebocador "C TUFÃO" e o AHTS "WATERBUCK", sendo comunicadas as Capitanias do Rio de Janeiro (CPRJ) e do Espírito Santo (CPES).

Próximo a área estavam o AHTS "WATERBUCK" e os rebocadores "SMIT PARECI" e o "CREST CRYSTAL" para apoio do "RECIFE", sendo que o primeiro tentou sem sucesso, o segundo tentou mas não conseguiu e o terceiro estava sem combustível, sendo necessário se afastar durante três dias para reabastecimento; que nesse período o "RECIFE” acabou encalhando.

Após o retorno do CREST CRYSTAL à área, foi questionado a localização do "RECIFE", porém não houve entendimento, devido a incompatibilidade do idioma.

Em 19/07/2016, a 20ª Vara Federal do Rio de Janeiro, requerida pela União, determinou em liminar, a remoção do navio pela proprietária em 48 horas. A multa diária prevista pela não retirada da embarcação era de até R$ 300 mil. A liminar não foi cumprida.

Por representar risco, o navio estava sendo monitorado de perto pela Marinha do Brasil, que emitiu alerta para área sobre perigo de acidente ambiental. O juiz federal Paulo André Espírito Santo entendeu que as providências independem de autorização judicial e que deve ser tomada por conta e risco da autoridade militar, que avaliará a melhor estratégia a ser empregada (remoção ou afundamento), conforme as circunstâncias náuticas. A Justiça levou em conta os riscos ao meio ambiente e à segurança de outras embarcações e de plataformas de petróleo.

Além disso, o armador contraiu dívidas da ordem de R$ 2 milhões com prestadores de serviços no Brasil.

Em 31/07/2016, foi dado a notícia pelo navio-patrulha oceânico "APA" (P 121) da Marinha do Brasil, que o "RECIFE" emborcou e acabou afundando em águas rasas, com profundidade de aproximadamente 20 metros.

O "AMAZON CHIEFTAIN", continuou segurando o "JARI", porém continuou sofrendo incidência das correntes e vento, vindo a se aproximar cada vez mais da costa; que decidiu largar o ferro de BB, porém a amarra se rompeu; que o comandante decidiu largar o ferro de BE, sendo que o mesmo não unhou e com isso a embarcação continuou aproximando-se da costa e quando estava a 1,3 milhas náuticas da praia, o ferro conseguiu unhar, ficando a embarcação fundeada.

Em 26/08/2016, permaneciam no mar e com o agravamento da situação, houve a perda de um ferro do navio e do sistema de ancoragem.

A Marinha do Brasil, optou por providenciar a retirada do reboque e o afundamento do casco do "JARI".

Por volta das 03h de 31/08/2016, estava próximo ao Porto de Açu/RJ; os especialistas do "APA" instalaram bombas explosivas no casco do "JARI”.

Em 01/09/2016, o "AMAZON CHIEFTAIN", foi rebocado pelo AHTS “MAERSK LANCER” até o Rio de Janeiro/RJ.

Em 04/09/2016, o casco do "JARI" foi explodido, vindo a afundar.

O AMAZON CHIEFTAIN, foi abandonado pela empresa proprietária e foi realizado o processo de repatriação de toda a tripulação, sendo apreendida a embarcação pela autoridade marítima com instauração de processo de perdimento, pois houve prévia manifestação do proprietário no sentido de que não promoveria os reparos necessários, declarando seu abandono.

Em 06/09/2016, os Peritos concluíram que a causa determinante do acidente avaria foi a deficiência no sistema de propulsão do AHTS que resultou na sequência de incidentes que devem ser atribuídos à inépcia na adoção de medidas de precaução e segurança e à omissão de diligência ou cuidado pela falta ou demora na aplicação de meios e ações adequadas, para evitar tais ocorrências e prevenir os riscos.


Datas

Encomenda: 01 de fevereiro de 1990
Batimento de quilha: 21 de outubro de 1992
Lançamento: 23 de agosto de 1993
Incorporação: Novembro de 1994
Laid-up: 2012
Perda total: 04 de setembro de 2016


Dados do navio

  • Último Nome: Jari
  • IMO: 9051038
  • Indicativo: PPOB
  • Ano de Construção: 1994
  • Construtor: EMAQ-Verolme Estaleiros S.A. (Estaleiro EMAQ) – Rio de Janeiro, RJ – Brasil
  • Casco nº: 411
  • Último Armador: Frota Oceânica e Amazônica (FOASA) – Belém/PA – Brasil
  • LOA: 133,45 m
  • Boca: 22,81 m
  • Calado: 8,06 m
  • Arqueação Bruta (GT): 8.801 t
  • Porte Bruto (DWT): 11.274 t
  • Capacidade: 666 TEU; 14.575 m³ (Grão) ou 13.365 m³ (Fardo)
  • Tomadas Reefer: 80
  • Porto de Registro: Rio de Janeiro
  • Bandeira: Brasil
  • Antigos Nomes: Frotamanaus (08/2009); Log-In Manaus (01/2008) e Jari Star (01/2011)


Referências

IHS Global Limited. JARI. Disponível em: <https://maritime.ihs.com/Ships/Details/9051038>. Acesso em: 30 de setembro de 2021.

Portos e Navios. NAVIO QUE ESTAVA À DERIVA NA BACIA DE CAMPOS AFUNDA EM ÁGUAS RASAS. Disponível em: <https://www.portosenavios.com.br/noticias/navegacao-e-marinha/navio-que-estava-a-deriva-na-bacia-de-campos-afunda-em-aguas-rasas>. Acesso em: 30 de setembro de 2021.

Tribunal Marítimo - Marinha do Brasil. TRIBUNAL MARÍTIMO PROCESSO Nº 32.540/18 ACÓRDÃO. Disponível em: <https://www.marinha.mil.br/tm/sites/www.marinha.mil.br.tm/files/file/acordao_calendario/32540%20-%202018%20C.pdf>. Acesso em: 30 de setembro de 2021.

Consultor Jurídico. NAVIO-PERDIDO-MAR.PDF. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/navio-perdido-mar.pdf>. Acesso em: 30 de setembro de 2021.

Jusbrasil. Tribunal Regional Federal da 2ª Região TRF-2 - Apelação : AC 0095021-72.2016.4.02.5101 RJ 0095021-72.2016.4.02.5101 - Inteiro Teor. Disponível em: <https://trf-2.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/843006042/apelacao-ac-950217220164025101-rj-0095021-7220164025101/inteiro-teor-843006046?ref=feed>. Acesso em: 30 de setembro de 2021.

Nenhum comentário:

Postar um comentário